segunda-feira, 7 de junho de 2010

REDAÇÃO: critérios de avaliação

Como professor e participante de várias bancas examinadoras, temos observado que muitos alunos se submetem a exames vestibulares sem ter noção de como são avaliados pelos corretores das redações. Este texto objetiva orientá-los sobre os critérios de avaliação de redação adotados pela maioria dos concursos no Brasil.

Inicialmente apresentamos algumas situações que, apesar de aparentemente simples, provocam a desclassificação de muitos candidatos. São elas:
1) Fazer a prova a lápis (Você pode estar se perguntando: - Há quem aja dessa maneira? Eu respondo: - Sim); 2) Não obedecer ao número mínimo de linhas solicitadas pela Instituição promotora do concurso; 3) Escrever a redação em forma de poema (normalmente são solicitados textos em prosa); 4) Fugir totalmente do tema; 5) Escrever de forma a não ser entendido(a).

De maneira geral, os professores corretores observam:
1. Abordagem do tema/organização do texto

Os alunos precisam organizar seu texto de maneira que haja progressão de idéias, ou seja, a cada parágrafo devem apresentar uma novidade dentro do tema proposto. A seguir, um exemplo de texto sobre o tema televisão, em que essa progressão acontece.

A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução fiel da realidade.

Uma reportagem de tevê, com transmissão direta, é o resultado de vários pontos de vista: 1) do realizador, que controla e seleciona as imagens num monitor; 2) do produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do cameraman, que seleciona os ângulos de filmagem; finalmente de todos aqueles capazes de intervir no processo de transmissão.

Alternando sempre os closes (apenas o rosto de um personagem no vídeo, por exemplo) com cenas reduzidas (a vista geral de uma multidão), a televisão não dá ao espectador a liberdade de escolher o essencial ou o acidental, ou seja, aquilo que ele precisa ver em grandes ou pequenos planos.
Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a sua maneira especialíssima de ver o real.
(SOARES, M.B.; CAMPOS, E.N. Técnica de Redação. São Paulo: Ao Livro Técnico S.A., s.d.)

(Leia mais no Artigo 2)

Um comentário:

Quem sou eu

Belém, Pará, Brazil
Professor de Língua Portuguesa do Instituto Federal do Pará e Revisor de Textos da Universidade Federal do Pará. Especialista em Teoria Literária e aluno do Mestrado em Linguística/UFPA. Recebeu o prêmio Jabuti em 2001 como editor do livro "A Família Canuto e a Luta Camponesa na Amazônia", de Carlos Cartaxo. Autor dos livros Insanidades, Mosqueiro em Versos, Mosqueiro – Pura Poesia, CEFET – História que inspira poesia, Contando Histórias, Tênis de Mesa no Pará (coautoria com Mauro Macedo), Orientações para a produção textual... (coautoria com José dos Anjos Oliveira), Igreja do Evangelho Quadrangular..., Um Encanto de Ilha e Instituto Federal do Pará: 100 anos de educação profissional. Lançou os CDs Tributo a Mosqueiro e Um Encanto de Ilha.