Tive a grata satisfação de passar pela orla do Murubira e ver que dois dos mais bonitos chalés de Mosqueiro, o Jardim Guanabara e o Sissi, estão com suas fachadas restauradas.
Pena que isso não aconteça com muitos outros chalés, que vêm amargando a deterioração sem que providências para freá-la sejam tomadas.
É bem verdade que há quem tenha interesse nessa deterioração, principalmente os que vivem da especulação imobiliária.
Dia desses caminhava pela orla do Ariramba, Murubira e Porto Arthur - que aproveito para admirar as praias e os chalés - quando me apareceu um senhor perguntando por determinado endereço. Logo fiquei sabendo de que se tratava de um corretor. Após indicar-lhe o local, continuamos a caminhada até ele chegar ao destino esperado. O corretor então me falava de não saber por que manter aqueles casarões à beira da praia. Na visão dele, o melhor a fazer era derrubar todas aqueles chalés e fazer condomínios e hotéis modernos, o que, segundo ele, atrairia mais turistas para Mosqueiro.
Disse-lhe que nem só da modernidade vivem as cidades e seu povo, e que não tinha nada contra a construção de prédios modernos, contanto que isso não significasse a "extinção" de prédios que têm em si a história de como a Bucólica foi sendo construída.
Li em um dos jornais de Belém que uma vereadora comprou um desses casarões antigos da Ilha e está deixando-o à própria sorte para que quando nada dele restar possa construir a casa que ela deseja.
É bem verdade que muitos dos que são proprietários desses imóveis não recebem nenhuma ajuda do poder público para mantê-los e daí o número cada vez mais maior de chalés que representam parte de nossa história desaparecem.
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